martes, 26 de octubre de 2010

Should I Stay or Should I go? - Larissa Oliveira e Laili Flórez

CENA 1 - EXTERNA - PISTA DE CARRO EM BUSCA VIDA               1min.

Trilha Sonora
Introdução com música instrumental de faroeste.
Prévia do encontro entre Larissa e Laili com começo de  'Should I Stay or Should I go'.
 
[PLANO DETALHE] - Sequência 1

Take 01
- Close em asfalto quente
Take 02
- Imagem de sapato contra-luz no asfalto, com objeto (bolinha de papel, folha etc)  passando ao fundo 


 

 Take 03
- Pé de Laili em primeiro plano mexendo os dedos, e pé de Lari ao fundo desfocado



 

                                                           
                                                      Take 04
                                                      - Olho de Lari



Take 05
- Boca de Laili
[PLANO MÉDIO] - Sequência 2


                             
                         
Take 01
- Lari faz menção de puxar arma e 'quebra' o quadril



Take 02
- Pé de Lai saindo para o centro e pé de Lari ao fundo indo na mesma direção

[PLANO ABERTO] - Sequência 3
  

Take 01
- Câmera do alto, câmera em plano e câmera em contra-plano com foco em encontro de Lai e Lari

Take 02
- As duas entrelaçadas tentando se desvencilhar através de movimentos simultâneos


[PLANO ABERTO E DETALHE] - Sequência 4

 
Take 01 
- Se desvencilham e vão em direção aos lugares opostos

 Take 02
- Foca em boca com expressão de satisfação

Take 03
- Foca nos pés, olham seus pés, olham os sapatos, olham os sapatos do lado oposto


 
Take 04
- Se olham (olhando para câmera)



Take 05 (repete início de "Should I Stay or shoul I go")
- Saem do lugar e quando vão se encontrar novamente, corta.


Câmeras
Fixa, no chão, para plano e contra-plano de detalhes de cada lado (pés e sapatos).
Para plano médio: quadril
Do alto para encontro entre as duas.

Luzes
Início e término do vídeo - ao amanhecer.


por Larissa Oliveira.

Atrás dos Cubos, na Piscina - Laili Flórez.


CENA 01 - EXTERNA - BORDA DA PISCINA    1min.    

Passagem de tempo: amanhecer, meio dia e entardecer, feita com imagens filmadas do mesmo plano.

[PLANO MÉDIO]
Voz em Off do texto "Atrás dos Cubos". As pausas do OFF são marcadas por suspiros de agonia. 

TAKE 01
- Borda da piscina levemente molhada, com paisagem de fundo desfocada
TAKE 02
- Braço de Laili se movimenta para fora da piscina, bate e pára na borda respingando água
TAKE 03
- Laili salta da água (imagem até seu colo) e dá suspiro para frente da câmera
TAKE 04
- Movimentações amplas de braços e cabeça debaixo d'água

Luzes
Início do vídeo, luz azul - amanhecer.
Término do vídeo, luz laranja - entardecer.

Câmeras
Câmera parada em ponto fixo para imagens na borda da piscina.
Câmera do alto para movimentações embaixo d'água.

Efeitos 
De luz e velocidade.


por Larissa Oliveira.

lunes, 25 de octubre de 2010

Mandinga, um feitiço

Plano de sequência da célula:

Plano 1: Abotoando o espartilho;
Plano 2: Caminhando na feira de São Joaquim - referências do cotidiano;
Plano 3: Respiração ofegante, mãos nos quadris;
Plano 4: Enchendo o mocó de produtos da feira, emanando erotismo poético;
Plano 5: Simpatia do dendê.

Patty Lopes.

Solidão, Solidez

Plano de sequência da célula:

Plano 1: Pés andantes, mão lançadora de pedras em movimentos cíclicos;
Plano 2: Pedras saltando para o interior da cesta, em efeito reverso;
Plano 3: Processo de construção da integridade da pedra maior a partir da fragmentação das menores, em movimentos intercalados - fluidos e rígidos;
Plano 4: Movimento de contração e expansão no eixo de equilíbrio, a pedra maior, como base de um ritual.

Blenda Tourinho.

martes, 19 de octubre de 2010

Novo calendário




25 de Outubro (segunda-feira) --- Escola de Dança da UFBA
                                   
Elaboraçao de roteiros, ensaios, estudos LOMO, acertos finais



30 de Outubro (sábado) ---Villas do Atlantico

Filmagem Piscina- Laili
Filmagem Loja de sapato – Laili e Larissa
Ensaio LOMO I e II



3 de Novembro (quarta-feira) – Teatro do Movimento

Ensaio fotográfico



06 de Novembro (sábado) – Comércio

Filmagem Lucas



08 de Novembro (Escola de Dança da UFBA)

Entrega de relatórios, mostra parcial e edição de imagens



16 de Novembro (Escola de Dança da UFBA)

Avaliaçao do processo e encaminhamentos finais

jueves, 7 de octubre de 2010

Atrás dos cubos - por Laili Flórez

O final da aula, a volta pra casa, tudo parecia ter preguiça de correr. Apesar de uma vermelhidão nos bochechas que me acompanha desde nova, a timidez nunca me impediu de ser aquela criatura na sala que fica com o braço esticado: "eu sei! eu sei!" (Sim, me entreguei agora). Adaptações à maturidade à parte, aquele espírito do "eu sei!" ainda continua em mim. Segunda, no entanto, eu pensei muito mais do que falei. Engasgada com um choro na garganta desde a tontura do final daquela experiência. É como se a coleira ainda estivesse lá, prendendo, dessa vez, uma vontade deliberadamente controlada de colocar algo pra fora. Pensava, sentia, ardia, doía muita coisa. Inquieta com a percepção de que, nas duas últimas criações para a aula, eu tentava alcançar algo que não conseguia. Os olhos da professora viram isso também. A construção desta segunda refletia conscientemente uma lembrança que compartilhei no início daquele encontro: eu fui uma criança gordinha, com uma barriga nada discreta e bochechas redondas. Fiz capoeira, natação e balé e, apesar dos estereótipos, o peso atrapalhava mesmo era a natação. Era esperado o momento fatídico em que eu tinha que sair da piscina e, ao contrário de tooodos os meus coleguinhas, não conseguia subir sozinha na borda. Trabalho de equipe: duas pessoas em cima me puxando pelos braços e duas embaixo me empurrando pela bunda... Cena, no mínimo, ridícula. Hoje eu rio da minha bobagem, mas é natural assumir que morria de vergonha toda vez que a aula acabava e a borda da piscina do Clube Português me olhava com ares de desafio. De uma aula para outra, quase vinte anos depois. É incrível como o ser humano acha que desapegou do seu passado mas... Ao passo que experimentava aquela condição de tentar escalar os cubos de madeira que se encontravam num canto da sala de dança, mais dificuldade, mais vontade, mais cansaço, mais esforço eu tinha. E eles tinham apenas 50cm de altura... "Vai, Laili, você consegue!" Eu parecia ouvir as minhas amigas com seu apoio moral e respondia com um corpo tenso, suado, arranhado e respiração ofegante. Caí, bati, me joguei. A conquista parecia não chegar nunca e quando eu finalmente encontrava o outro lado da fileira de cubos, dava uma contraditória meia-volta e começava tudo de novo. Mab apresenta a coleira. "Uma coleira normal, o máximo que pode fazer é assar...", pensei. Acontece que a simpática coleira tinha espetos de metal apontados para dentro, para o pescoço. Parecia mais um instrumento de tortura do que de mera manipulação. Os colegas foram crescendo coragem para experimentar enquanto a minha ia diminuindo. A cabeça funcionava exageradamente: "Mas eu faço uns movimentos bruscos, imprevistos... Eu subo, caio, subo, caio de novo... Ela vai me machucar!" Olho pro lado, pro outro... "Eu vou.". "Você é maluca", pensei... "Ou vai sair uma merda porque se controlou demais ou vai sair toda fudida..." (Perdão pelas palavras, mas o calor frio do momento pedia vários palavrões...). Coleira, suor, nervosismo, cubos. Fui. A escalada começou tímida. À medida que eu me acostumava com o elemento e confiava nos meus manipuladores, estes sentiam-se mais à vontade para interferir nas minhas ações. Surgiu um conflito difícil entre a decisão deles em me manter longe dos cubos e a minha incessante necessidade de subir nos mesmos. Eu tentava e doía. Mudava de lado, de jeito. Sem jeito. Algo me prendia àquelas conquistas... Talvez achasse que tinha algo para provar... Talvez um apego à minha sempre insatisfação com o corpo e o quanto que ele reflete minha insatisfação comigo mesma: basta dizer que sou uma sanfona movida a relacionamentos; engordo quando namoro, emagreço quando separo - sem exceções. No último rompimento consegui perder nada menos que seis quilos em dois meses... E, talvez, aqueles cubos fossem todas as minhas frustrações com a vida (trabalhos imprecisos, dinheiro inexistente, planos pouco ambiciosos, amores dolorosos, exercício precário de ser mãe) e alcançá-las fosse uma tentativa de torná-las menores... Terminei no outro extremo da sala, longe dos cubos, de pé. Olhos mareados, corpo tremido, cabeça confusa e coração apertado.